DEIXE-A DANÇAR
Imagem internet, de autor não identificado |
Conta Sufi Inayat Khan, no seu livro Música, a seguinte
lenda:
Deus, depois de criar o mundo, pensou em fazer o homem, para
habitá-lo. E o moldou em barro, mas não estava satisfeito. Não era um homem,
mas apenas um boneco de barro. Era preciso animá-lo. Chamou a Alma e ordenou
que ela fosse morar no boneco.
Mas a Alma desobedeceu. Era livre demais, alegre demais, volátil,
leve, dançarina e não se deixaria confinar num boneco de barro. Deus foi
rigoroso, falou grosso, ameaçou a Alma. Ela não se atemorizou com possíveis
castigos. E Deus tentou agarrá-la à
força, mas a Alma Lhe escorregava por entre os dedos. E o Senhor chamou então um Anjo Músico, e, em segredo, com ele traçou
uma estratégia.
O Anjo tocou sua flauta. A Alma, fascinada pela música, dela
aproximou-se dançando. Então, o anjo começou a se deslocar. Sempre tocando a
flauta. A alma, inebriada, o seguiu. Ao chegar perto do boneco de barro, o Anjo
tocou em maior intensidade. A Alma estava em êxtase, dançado, dançando, fora de
si. Então o Anjo pulou para dentro do boneco de barro, a Alma atrás. E, rápido,
o Anjo pulou para fora e trancou a porta, dentro aprisionando finalmente a Alma
onde ainda hoje ela vive, sonhando com o dia em que, livre, leve, volátil, voltará
a dançar nas mais altas paragens do mundo, dançando outra vez com o vento.
Hazrat Inayat Khan ( Vadodara, 1882 - Nova Deli, 1927) |
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