"Lembrem-se de que vocês vivem um tempo excepcional, em uma época única, e que têm essa grande felicidade, esse incalculável privilégio de estar presentes no nascimento de um novo mundo."
( Mirra Richard)
Esta foto é de Alik Malka, um mestre na Fotografia Subaquática |
Privilégio, dizia ela. Sim, talvez. Mirra só deixou de nos contar o quanto de cada um de nós seria exigido para estar hoje aqui presentes, nós que viemos um tempo outro.
Mas penso em minha mãe. As transformações a que me vejo obrigada aos 64 anos, não por acaso vivendo neste tal ‘mundo novo’, tendo que reaprender a vida, reaprender a ler, a falar , a escrever, a pensar na era da tecnologia, honestamente não posso afirmar que estas sejam mesmo maiores que as que teve minha mãe que enfrentar.
Mas penso em minha mãe. As transformações a que me vejo obrigada aos 64 anos, não por acaso vivendo neste tal ‘mundo novo’, tendo que reaprender a vida, reaprender a ler, a falar , a escrever, a pensar na era da tecnologia, honestamente não posso afirmar que estas sejam mesmo maiores que as que teve minha mãe que enfrentar.
Lembro de sua perplexidade diante de um mundo de cabeça pra
baixo. Dos hippies, dos yupes, das feministas, da revolução sexual, do desmantelamento
da família tal como era até então entendida, da pílula, da homossexualidade sem
culpa, das novas formas de casamento, do rock and roll, da marijuana, do LSD dos Beatles, da migração
da religião organizada para um deus e sincrético e sem nome, da nudez dos
corpos, da negação da segurança no
emprego, do palavrão autorizado... Meu Deus, aquele, sim, era um mundo em
transformação!
Em 21, nascia minha
mãe no Estado do Rio de Janeiro, Capital Federal, centro de ebulição política e
cultural do país. Imagino o espanto de
minha avó, casando-se e parindo a primeira filha em plenos anos 20. A perplexidade
de minha mãe presenciei; a de minha avó diante de seu tempo só posso imaginar. É
claro, as notícias corriam com maior lerdeza e provavelmente minha avó, mulher
simples, do povo, dona-de-casa, não viu,
não soube do que andavam fazendo no mundo Frida Kahlo, ou Lou Andreas Salomé,
Isadora Duncan, Picasso ou a turma do Modernismo no Brasil... a sua liberdade
sexual, o encurtamento da saia, a música, a dança, o fim do espartilho, as novas estéticas, a nova poética, a chegada da mulher à universidade e ao campo
de trabalho, enfim... Coisas que ainda hoje conseguem espantar a nós, tão mais
informados e vividos.
Fato é que transformar-se para a vida é regra indiscutível.
Ou se vive ou se morre. E viver é movimento e transformaão, sempre, até o último instante. E o que de mais novo de fato surge em nossa geração é a longevidade. Vivemos
muito, muito mais que eles, nossos pais e avós.
Se paralisamos aos 60 por conta da “velhice”, estamos nos condenando a 30 , 40 anos de
paralisação ( um número cada vez maior de pessoas ativas aos 100 anos se
registra no mundo). Se perdermos o bonde...
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