COPA DO MUNDO. AQUI COMEÇOU A PAIXÃO

1958 - JOGO BRASIL-SUÉCIA
( NOSSAS MEMÓRIAS BOOMERS)

É tempo de Copa do Mundo no Brasil. Todos os olhos, todos os corações voltam-se para este grande evento. A paixão do Brasil por futebol é mundialmente conhecida.

Vamos então lembrar um jogo do passado e os seus heróis. O jogo Brasil-Suécia, 1958 ( junho). Ganhamos de goleada, 5X2. Em campo: Gilmar, Zito, Orlando, Nilton Santos, Garrincha, Didi, Vavá, Pelé, Zagalo, Bellini, Djalma Santos. Comandados por Vicente Feola.

O grande time e o técnico Vicente Feola

Inesquecível, não é? Tínhamos - quanto? - 8, 10 anos de idade, alguns um pouco menos, um pouco mais. Mas quem viu, não esqueceu.

 Nossos filhos não viram, mas ouviram falar. De quando trouxemos para casa o primeiro título brasileiro de campeão mundial.

O Brasil crescia, sob a Presidência de Juscelino Kubitscheck. Tudo era esperança. Rolavam os Anos Dourados,

O atacante Pelé e a defesa sueca

Mas foi a Marília Barbosa, que me enviou este vídeo, quem me inspirou este post. Um trabalho fantástico. Veja a história, no texto do email:

"Demorou 56 anos, mas desde a última sexta-feira, o torcedor brasileiro já pode ver, na íntegra e com narração em português, o primeiro título Mundial de sua história no futebol.
O responsável pelo resgate histórico foi o engenheiro Carlos Augusto Marconi, 64 anos, um especialista em telecinagem que montou um verdadeiro quebra-cabeças durante anos até concluir o trabalho em 2008. Só nesta semana, no entanto, por ocasião de uma reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", o material foi disponibilizado no Youtube.

Para construir a transmissão da vitória brasileira por 5 a 2 diante dos donos da casa, a Suécia, o engenheiro utilizou áudio ambiente retirado de uma película inglesa, com imagens obtidas em 2006 e narradas em russo. Ele as usou como base em vídeo e cobriu as imagens com áudios de rádios brasileiras.

O trabalho com o som foi ainda mais difícil. Além do áudio ambiente, ele queria usar narrações brasileiras da época. Mas os arquivos que obteve da Rádio Bandeirantes e da Rádio Nacional não tinham a narração completa. Cada um omitia uma parte do jogo. Por isso, ele resolveu juntar as duas. Como naquela época havia um narrador para cada lado do campo, a versão final ficou com quatro narradores. Faltou apenas um minuto do jogo para cobrir com o áudio, que ficou apenas com o som ambiente da partida."

O VÍDEO:

https://www.youtube.com/embed/qd4TklxFOm8?rel=0

Final. Choram Pelé e Gilmar

O zagueiro Bellini, capitão, imagem de galã que alimentava o sonho das moças brasileiras, ergue a taça, em gesto histórico

Selo comemorativo

A NOVA RAINHA DA ESPANHA

Letizia Ortiz, a nova Rainha da Espanha esteve linda na posse do marido ( são casados há dez anos), Rei Felipe VI de Borbón. Discreto vestido assinado por FelipeVarela,  seu estilista favorito, colar de cristai.

Casal real e filhas

Cebelos soltos, mechas em trança não muito elaborada, maquiagem pouca 

Sapatos salto nude, da Magrit...

Bolsa igual

Um show de discreção.

Letizia , em que pesem as críticas das más línguas, é uma das mulheres mais elegantes do mundo,

Vamos vê-la em alguns de seus inspirados momentos, ainda Princesa de Asúurias. Vale a pena.

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OCTOGENÁRIAS EM DURA LUTA PELA LIBERDADE

Estas mulheres fizeram História.

 Feministas e ativistas da liberdade de escolha sexual, elas foram o primeiro casal de lésbicas a casar oficialmente no mundo moderno. O casamento se deu no Estado da Califórnia, EEUU, em 2008, na cidade San Francisco, a primeira a reconhecer oficialmente o casamento homossexual. Dorothy Louise Taliaferro Del Martin, aos 87 anos, casava-se com Phyllis Ann Lyon, de 84, em junho, pouco antes da morte de Dorothy, em agosto do mesmo ano.

FOTOS DO CASAMENTO

A HISTÓRIA DE UMA VIDA

Dorothy e Phyllis conheceram-se em 1950, viveram juntas por mais de 40 anos, antes da conquista do reconhecimento legal e social de sua união. Em 1955, com outras seis mulheres,  criaram a primeira associação lésbica dos Estados Unidos, a Daughters of Bilitis (DOB). Em 2003 as duas foram objeto do filme No Secret Anymore – The Times of Del Martin e Phyllis LYon, do diretor Joan E. Biren, documentário de 57 minutos.

Cartaz do filme de Biren

 O casamento gay foi, em seguida ( novembro de 2008), suspenso na Califórnia por ordem da Justiça, e somente retomado em 2013.

Uma história de lutas

 Dorothy morreu dois meses depois do casamento, deixando para as gerações futuras um legado de amor, de fé e de luta pelas liberdades individuais. Dorothy e Phyllis – o casal de octogenárias – com seu exemplo, são a prova de que nunca é tarde para uma grande conquista.  “O homem é do tamanho de seu sonho” – dizia o poeta português Fernando Pessoa.

"MELHOR IDADE É A PUTA QUE PARIU!" E RUY CASTRO

É, NEM TUDO SÃO FLORES

Também não gosto, não. Desse negócio de Melhor Idade. Primeiro porque não acredito numa idade melhor que outra. Todas são boas, ou más... Dependendo do que nelas se viva. Depois, porque me cheira a preconceito, idadismo ( outro dia contei aqui o que significa idadismo - prática ou conjunto de práticas preconceituosas contra pessoa ou grupos de idosos).. Vão mudando nomes: velho passa a ser 'idoso', depois ' da terceira idade' ou da 'melhor idade, cada vez que o anterior está carregado demais pelo preconceito.

Depois, porque melhor idade' me cheira a mimo. Tão bonitinhos os velhinhos que só falta mesmo lhes aperrem as bochechas.

Falo aqui , sempre, fantásticos que desafiam odos os pré-conceitos, pintando com cores novas a velhice de outrora, cinzenta e trstonha. Mas, é claro, nem tudo são flores.E esta cronica de Ruy Castro que me chega por email, vale ser lida, pelo humor, a graça

Ruy Castro

MELHOR IDADE É A PUTA QUE PARIU... ( Rui de Castro) Prazeres da melhor idade. Melhor idade é a puta que pariu - a melhor idade é de 18 aos 40anos... A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 60 anos e a morte. Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica. Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão. Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar. Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir. Primeiro, a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução. Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 60 anos. Olha... a analise dele é rápida. Leva uns 20 metros e, quando pára, tem a discussão se você tem mais de 60 ou não. No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo: - "Sou deficiente". O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou: - "Que deficiência você tem?" - "Sou broxa!" Ele deu uma gargalhada e eu entrei. Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo... Eu disse bem baixinho para uma delas: - "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não". Bem... fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol. Subi na pedra e pensei em cumprir a frase. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber? Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!" Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça. Sentar na pedra e olhar a paisagem. É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora. Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê. Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz: - "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair." Resmungo entre dentes: ... "só se cair em cima da sua mãe"... mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem. Esta titica deste sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e o sol nada. Vou pensando - enquanto desço e o sol não - "Volto de metrô é mais rápido..." Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá esta um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico de consegue saber a idade de todo mundo. Olha sério para mim, segura a roleta e diz: - "O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem." A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso. Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos... Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega... Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam... Desisti... lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o máximo. Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem. Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou. É agora... Joguei um olhar 32 (aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse: - "O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado." Melhor Idade??? Melhor idade é a puta que pariu. ( Ruy Castro)

Ruy Castro, em caricatura de Osvalter

 E aqui vai, para nosso querido Ruy, um belo entardecer no Arpoador, dali mesmo, da pedra, onde não conseguiu esperar. Talvez seja melhor, a partir de agora ,não arriscar e só ver o por do sol sol em fotos da internet.

Por do sol no Arpoador, Rio de Janeiro

MINHA AVÓ, PROSTITUTA

Sheila Vogel-Coupe, 85 anos, prostituta - Foto do jornal El Pais

O canal de TV britânico Channel 4 exibiu uma série de 3 programas documentais sobre 4 prostitutas entre 64 e 85 anos: My Granna Scort.

Sucesso absoluto de audiência. 

Mas a grande estrela  do DOC foi  Sheila Vogel-Coupe, de 85 (foto acima). Ela começou no ofício depois da morte do segundo marido. Atende 10 clientes por semana,o mais jovem de 23 anos,  ganha mais de 300 euros por hora e é a prostituta mais velha do Reino Unido. 

- "Me sinto só e gosto da companhia de um homem - ela diz . Mas se quiser saber a verdade inteira, eu faço porque gosto de sexo. Só de pensar, já me sinto melhor". Sobre clientes: -"Principalmente os jovens, eles  vêm em mim algo que é uma sensação muito agradável. É que sou muito, muito sexy".  

Um trailer da série  você pode ver, se quiser, neste link do Youtube . 

IDADISMO ( AGEISM) - O QUE É ISSO?

Robert N. Butler

 Idadismo ( ageism) – termo cunhado por  Robert Neil Butler, físico,  psiquiatra e gerontólogo estadunidense,  laureado com o prêmio Pulitzer, que viveu de 1927 a 2010 e revolucionou a forma como o mundo pensa o envelhecimento. É considerado o Pai da Moderna Gerontologia e trabalhou multidisciplinarmente pela saúde física, mental e social dos idosos.

 Butler usou o termo idadismo pela primeira vez em 1969, para definir o conjunto de estereótipos e práticas discriminatórias contra pessoas ou grupos de idosos,  que, em alguns países da Europa, passou a constituir-se crime previsto em lei e com peso igual ao crime de racismo. Assim, idadista é aquele que pratica o crime de idadismo.

O Dr. Butler

Ao longo dos anos,  o termo se vulgarizou tendo seus significados ampliados para definir o preconceito ou atitude discriminatória contra  qualquer pessoa com base em sua idade. Por exemplo, o preconceito contra adolescentes.

Mas de qualquer maneira, prevalece ainda hoje, na forma mais pura, o significado original:  idadismo para se referir à marginalização dos mais velhos.

Capa da biografia de Butler, de W. Andrew Achenbaum